OLHAR ∞

que erro é esse
que da visão nos afasta?
medo, sombra ou couraça
impede o encontro dos sóis?

são pensamentos banais
e violências tão grossas
que as reverências nossas
ficam presas nos cais.

mesmo frente a frente,
o toque impossível,
se estamos ao nível
de ser humano doente.

são tantos preconceitos
e tantos julgamentos
tornando os momentos
de antemão já desfeitos.

ei, olha no meu olho!
por favor, pode olhar...
veja um pedaço do mar,
tranquilamente, sem dó.

veja um traço do amor,
sem vergonha, amigo!
meu olho é um abrigo
de luz, vida e cor.

me olha, meu bem!
deixo corpo inteiro.
sou só passageiro
do que és também.

assim te permito,
me abro ao meio
sem qualquer receio
do nosso infinito.

(Guebo)

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